Puxa, mais
de um ano para terminar um livro! Não pensei que seria tão demorado assim. Nem
é um livro de muitas páginas... O tema? Relacionamentos! Relacionamentos em
várias formas. O profissional, o familiar, os amorosos, o espiritual, o social.
O bom é que estou quase acabando... Ainda este ano? Não sei.
Há também o
relacionamento entre mim, o escritor, as personagens e o narrador (futuramente,
o leitor também). E todo relacionamento tem suas peculiaridades, suas alegrias,
suas falhas, seus desejos realizados, suas vontades escondidas, seus medos,
suas certezas, sua eternidade.
Para viver
um grande amor é preciso ser poeta, mesmo que você nunca escreva uma poesia. É
preciso entrega, esquecimento, masoquismo, anarquia.
Para viver
um amor é preciso estar vivo, não apenas viver. É preciso tempo, carinho,
romantismo, verdades pela metade e umas pitadas de cinismo.
Para apenas
amar é preciso pensar, não apenas respirar. É preciso olhar, aprender,
entender, aceitar, querer.
Esqueça tudo
isso. O amor (PP P M G GG ou EG) não é preciso. Tolo é aquele que tenta explicá-lo,
e mais tolo ainda o que o tenta entender.
A
desintegração das relações sociais, onde o amor é a maior relação social, foi o
tema dos trabalhos do polonês Bauman {palmas para Bauman’s? (trocadilho
infeliz, que mantive aqui porque eu quis)}.
É no
pensamento desse polonês que se baseia o texto da peça Canções Para Amores
Líquidos.
O espaço
apertado do Teatro nos aproxima das cenas. Os atores revelam histórias que aos
poucos são contadas, embaralhadas, misturadas e cantadas. Não há espaço para
distração da plateia. A todo instante nossa atenção é despertada. A todo
instante nos questionamos e tentamos entender (nos entender).
Puxa, hoje
eu estou muitos parênteses. Até chaves eu usei. Talvez seja isso, usar parênteses,
que as boas peças nos fazem.
Ouvimos, vemos e entendemos a mensagem e, como se
fosse aberto um parêntese, consciente e inconscientemente repensamos a nossa existência,
escolhas e conclusões. Não sei em que momento fechamos esse parêntese... nem
onde acabam essas reticências...Ao sair do Teatro, não se esqueça de fechar as aspas (que neste texto nem foram abertas) e acender as suas luzes!
CANÇÕES PARA AMORES LÍQUIDOS
No Espaço Cia. da Revista
Sábado às 21h, Domingo às 20h, até o dia 30 de Setembro!