Saudade do quê?
Do que não vivi. De uma alegria presente como se fosse
antiga. Já sentiu isso?
Sabe as margens do rio Mississipi?
Não essa coisa moderna. Penso no Mississipi dos tempos de “As
Aventuras de Tom Sawyer”, do Mark Twain.
É dessa saudade não vivida que falo. E ela se confunde com a
saudade de estrada. De sair sem destino e conhecer Urubici, Garibaldi,
Camanducaia, Brotas, Corumbá de Goiás, Aquidauana... e por ai nos encontramos.
Antes eu pensava que saudade era sinônimo de velhice, mas
não é; ou não é só isso. Saudade é mais do que lembrar. Saudade é reviver em
espírito, em alma, em memória uma sensação vivida, inventada ou imaginada (escolha
suas palavras), algo que nos transporte.
Eu tenho saudade livre de viajar numa Kombi. No toca-fitas
Sá e Guarabira: “Apesar das minhas roupas rasgadas...” Zé Geraldo: “De onde venho
não importa, já passou...” Boca livre: “sair por essa vida aventureira...” Raul
Seixas: “Ói, óia o trem. Vem surgindo por trás das montanhas...” Gil: “Vamos
fugir deste lugar, Baby...”
Estrada é novidade, conhecimento, amizade, recordações e
descobertas.
Sendo mais atual, no cd ou pen drive podemos levar Zeca
Baleiro: “Se não eu quem vai fazer você feliz?” Skank: “Vou deixar a vida me
levar...” Vanguart: “Minh’alma, sabe que viver é se entregar...” O Teatro Mágico:
“Veio de manhã molhar os pés na primeira onda...” Nô Stopa: “me deixa andar, eu
deixo ir...”
Porém o que me trouxe essa saudade boa ontem não foi nenhum
desses. Foi o grupo Folk na Kombi. Eles gravaram, no Auditório Ibirapuera, seu segundo
dvd. Com participações especialíssimas do Super Zé Geraldo, a aventureira
trupe de O Teatro Mágico e a sereia
celeste Nô Stopa.
Foto; Rosana Xavier |
Impecável!
Imperdível!
Inesquecível!
As músicas te levam para um passeio ao mesmo tempo moderno e
antigo pelo rio Mississipi, rio Aquidauana, São Francisco, Paraguai, ou sei lá
qual rio... Ou Fernão dias, Régis Bitencourt, rodovias de Goiás, do Mato
Grosso, Santa Catarina, Sergipe, Rio Grande do Sul. E a vontade é de pular,
dançar sem passo pré-estabelecido, em pé, sentado, dirigindo, sacudindo a
Kombi.
Só senti falta de uma fogueira, numa das músicas em que eles
cantam sentados próximos à Kombi.
Não sei se você gosta de estrada, da sensação de liberdade,
de criatividade, de música inventada quase na hora do show, do improviso, da
vontade de fazer e fazer. Caso goste viaje no ótimo som do Folk na Kombi.
Ainda há coisas boas sendo feitas além dos anos 80!
Quer saber mais sobre eles? Visite o site http://www.folknakombi.com.br/folk/
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