sábado, 16 de setembro de 2017

O JARDIM DOS SONHADORES de Luccas Papp - por Dourovale



- Olá, John! Meu nome é Dorival.
Puxa, não sei como o Luccas vai entender isto. Será que vai pensar que é plágio? Melhor começar o texto de outra maneira...
Mas isto não é plágio. É intertextualidade! Eu posso escrever como se eu estivesse conversando com a personagem da história e comentar as minhas impressões sobre a estreia de “O JARDIM DOS SONHADORES” (com Lucas Papp e Joana Rodrigues. Temporada: 16/09 a 08/10 Sábados e domingos às 16h00 Ingressos: R$ 50,00 (inteira) DURAÇÃO: 70 minutos Classificação indicativa: Livre. VIGA ESPAÇO CÊNICO - Rua Capote Valente, nº 1323 – Pinheiros/SP Próximo ao metrô Sumaré).
Um grande amigo, chamado Omar Neder, diz que, diferente de muitos, eu vou além do portão. Sonho demais. Talvez seja por eu ser de câncer, como Raul Seixas. Ou pode ser por qualquer outro motivo.

A sua história, John, fala dos sonhos de um casal acasional (reunidos pelo acaso). E tem todos os ingredientes necessários para uma história de amor. Eu não vou entrar em detalhes para não estragar a emoção dos outros sonhadores que também irão assistir à peça.
Apesar de ser sonhador, John, eu não sou muito de fazer projeções, não tento adivinhar o futuro. Mas esse moço que te criou, o tal do Luccas Papp, se continuar desse jeito, nesse ritmo, nessa qualidade e com todos esses sonhos será, creio, uma das principais pessoas envolvidas com Teatro no Brasil.
Escritor, produtor, ator, professor... e outras infinitivas palavras terminadas em R, que me fogem agora dos dedos, mas que também significam ação e criação, podem ser adjetivadas ao garoto de apenas 24 anos. Foi a terceira peça dele e com ele que assisti. Só tenho elogios e admiração.
Foto Alan Moraes
John, meu universo é bem menor do que eu gostaria. Talvez minha alma seja mesmo mais tupiniquim do que apache. Enquanto via e ouvia sua história pensei que no lugar do Central Park a história poderia se passar no Ibirapuera; que ao invés de John, você poderia se chamar Raul (Luar ao contrário, olha que poético e sonhador!);  que a Olívia poderia se chamar Ellis, ou Nara, ou Zizi;  e que no lugar dos The Beatles e dos Rolling Stones poderiam ser Os Paralamas e A Legião.
Pode ser que os nomes sejam como são para dar à peça uma abrangência mais global (esse menino vai longe). Mas, meu amigo John, se a peça for encenada em Lisboa, por exemplo, pode se passar no Jardim da Praça do Imperador e com os nomes dos cantores lusos. Se for em Madrid, no Jardim De La Rosaleda. (pesquisei esses nomes no Tripadvisor, ainda não os conheço). Isso é só um pensamento que sempre tenho, não é crítica, talvez sugestão.
Foto Rosana Xavier
“O Jardim dos Sonhadores” é um texto que traduz a linguagem atual. O tema está conectado e ajustado a sua contemporaneidade.  Os atores muito bem dirigidos por Alan Moraes. Joana Rodrigues é (que a Rosana não me ouça) apaixonante. A banda (desculpe por ficar devendo seus nomes) não está de uma maneira alheia (ou à parte), está muito bem integrada à história e às cenas.
O Viga Espaço Cênico traz essa boa nova tendência de plateias pequenas e próximas aos atores. Artistas artes artevisionários (aqueles que assistem à arte) juntos e motivados.
John, meu nome é Dorival! Fui assistir a sua peça. Voltei para casa correndo. Precisava escrever este texto agora para não perder a boa emoção que a encenação, sua e de sua trupe, me causou.

Agora preciso ir trabalhar...
Obrigado!

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