- Olá, John! Meu nome é Dorival.
Puxa, não sei como o Luccas vai entender isto. Será que vai
pensar que é plágio? Melhor começar o texto de outra maneira...
Mas isto não é plágio. É intertextualidade! Eu posso escrever como se
eu estivesse conversando com a personagem da história e comentar as minhas
impressões sobre a estreia de “O JARDIM DOS SONHADORES” (com Lucas Papp e Joana Rodrigues. Temporada: 16/09 a 08/10 Sábados e domingos às 16h00 Ingressos: R$ 50,00 (inteira) DURAÇÃO: 70 minutos Classificação indicativa: Livre. VIGA ESPAÇO CÊNICO - Rua Capote Valente, nº 1323 –
Pinheiros/SP Próximo
ao metrô Sumaré).
Um grande amigo, chamado Omar Neder, diz que, diferente de
muitos, eu vou além do portão. Sonho demais. Talvez seja por eu ser de câncer,
como Raul Seixas. Ou pode ser por qualquer outro motivo.
A sua história, John, fala dos sonhos de um casal acasional
(reunidos pelo acaso). E tem todos os ingredientes necessários para uma
história de amor. Eu não vou entrar em detalhes para não estragar a emoção dos
outros sonhadores que também irão assistir à peça.
Apesar de ser sonhador, John, eu não sou muito de fazer
projeções, não tento adivinhar o futuro. Mas esse moço que te criou, o tal do
Luccas Papp, se continuar desse jeito, nesse ritmo, nessa qualidade e com todos
esses sonhos será, creio, uma das principais pessoas envolvidas com Teatro no
Brasil.
Escritor, produtor, ator, professor... e outras infinitivas palavras
terminadas em R, que me fogem agora dos dedos, mas que também significam ação e
criação, podem ser adjetivadas ao garoto de apenas 24 anos. Foi a terceira peça
dele e com ele que assisti. Só tenho elogios e admiração.Foto Alan Moraes |
John, meu universo é bem menor do que eu gostaria. Talvez minha
alma seja mesmo mais tupiniquim do que apache. Enquanto via e ouvia sua
história pensei que no lugar do Central Park a história poderia se passar no
Ibirapuera; que ao invés de John, você poderia se chamar Raul (Luar ao
contrário, olha que poético e sonhador!); que a Olívia poderia se chamar Ellis, ou Nara,
ou Zizi; e que no lugar dos The Beatles
e dos Rolling Stones poderiam ser Os Paralamas e A Legião.
Pode ser que os nomes sejam como são para dar à peça uma abrangência
mais global (esse menino vai longe). Mas, meu amigo John, se a peça for
encenada em Lisboa, por exemplo, pode se passar no Jardim da Praça do Imperador
e com os nomes dos cantores lusos. Se for em Madrid, no Jardim De La Rosaleda. (pesquisei
esses nomes no Tripadvisor, ainda não os conheço). Isso é só um pensamento que
sempre tenho, não é crítica, talvez sugestão.
Foto Rosana Xavier |
“O Jardim dos Sonhadores” é um texto que traduz a linguagem
atual. O tema está conectado e ajustado a sua contemporaneidade. Os atores muito bem dirigidos por Alan Moraes.
Joana Rodrigues é (que a Rosana não me ouça) apaixonante. A banda (desculpe por
ficar devendo seus nomes) não está de uma maneira alheia (ou à parte), está muito
bem integrada à história e às cenas.
O Viga Espaço Cênico traz essa boa nova tendência de
plateias pequenas e próximas aos atores. Artistas artes artevisionários (aqueles
que assistem à arte) juntos e motivados.
John, meu nome é Dorival! Fui assistir a sua peça. Voltei
para casa correndo. Precisava escrever este texto agora para não perder a boa
emoção que a encenação, sua e de sua trupe, me causou.
Agora preciso ir trabalhar...
Obrigado!
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