Talvez não seja mesmo necessário ser mineiro para ser poeta... mas nascer em Minas ajuda. Coisas de montanhas? Sei lá.
Eis ai uma sugestão de poesia...
Para comprar procure o Raphael no facebook: https://www.facebook.com/raphael.vidigal.9?fref=ts
Release: Raphael
Vidigal lança o primeiro livro, “Amor de morte entre duas vidas”, com 75
poesias.
Ficha técnica
Autor:
Raphael Vidigal;
Editora:
Asa de Papel;
Prefácio:
Marcio Serelle.
Páginas:
92 (noventa e duas);
Poemas:
75 (setenta e cinco).
Arte:
Marcelo Iglesias;
Gráfica:
Paulinelli;
Capa:
Tela de Egon Schiele.
Tiragem:
300 (trezentos) exemplares;
Material
do papel: Polens Soft 90 gramas.
Preço:
R$30,00
Projeto
“Amor
de Morte Entre Duas Vidas” é o nome do primeiro livro de poesias lançado pelo
jornalista e letrista Raphael Vidigal. O livro é composto de 75 poesias
divididas entre os temas que, juntos, formam o título. Ou seja, são poesias de
amor, de morte e entre duas vidas, explorando o lirismo, a tragédia e o senso
de humor da vida e do ser humano. Editado pela “Asa de Papel”, uma das mais
reconhecidas do ramo no mercado de Belo Horizonte, de propriedade do editor e
dono da livraria de mesmo nome Álvaro Gentil, o lançamento tem prefácio escrito
por Marcio Serelle. A iniciativa foi bem sucedida também graças a um processo
de financiamento coletivo através do site Catarse, que contou com 82
colaboradores oficiais.
Sinopse
Um
livro de poesias sempre fala “de outras coisas”, como diz Mario Quintana. É
desta fonte entre a irreverência e a delicadeza, entre o rigor da estética e a
liberdade da forma, o apreço pelo profundo e a sordidez da superfície que o
autor bebe para transformar o dia a dia comum, banal, na matéria de que é feita
a poesia. Com influências narrativas de autores como Clarice Lispector, Paulo
Leminski, Manoel de Barros, Ezra Pound e outros, além da própria vivência
autobiográfica, o livro constrói um retrato muitas vezes distorcido, colorido,
negrume, que tenta manter a luz acesa de uma vela chamada vida.
Biografia
Raphael
Vidigal nasceu em Belo Horizonte no dia 14 de junho de 1988. Formado em
Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela PUC Minas em 2011,
colabora com o Jornal Hoje em Dia desde 2010, onde foi contratado em 2013 e
trabalhou no caderno de Cultura como repórter, além de escrever críticas de
teatro e artes plásticas. Produz e escreve os textos do programa “A Hora do
Coroa”, transmitido aos domingos de manhã na rádio Itatiaia, desde 2009.
Colocou letra em 15 chorinhos do cavaquinhista mineiro Waldir Silva, a serem
editados em CD num álbum gravado com a participação de diversos artistas da
cena local. Escreveu roteiros de peças teatrais e documentários. Publicou
contos na revista “Contos do Absurdo”, de São Paulo. É autor do site Esquina
Musical.
Quando
da estreia de um poeta, a via mais usual de apresentá-lo é por meio do cotejo,
dizendo a quem ele soa, mas não, necessariamente, como e o que ele soa –
manifesta, expressa, exalta. Tentemos, diferentemente, pelo menos de início, o
caminho pelas próprias faces deste livro de Raphael Vidigal, entre elas: a
proposta da rapidez, na simbiose entre o artifício vagaroso e o texto
velocíssimo, ou, como dito bem melhor por um outro autor, coisas de balística; o movimento nem sempre fácil,
pois também no espaço (gráfico), de ancoragem entre as palavras e os sentidos,
o que demanda engenho também por parte do leitor; um certo tom trágico, porém performático – logo,
autoconsciente –, de equilibrista entre o biográfico, o sensível e o burlesco
de um Lennie Dale, citado em “Iluminação ou Prefácio”. Afinal, cautela, pois
como coloca ironicamente outro poema deste livro: “esse sentimento grego,/é a
vontade de tomar um iogurte”.
Ironia à parte – ou por causa dela mesma –, o
que emerge de físico nesse conjunto de poemas é a agudeza da palavra, que é
fina e penetrante como lâmina. No deslocamento proverbial, à Leminski (não
resisti à comparação), o poeta adverte acerca da eternidade da palavra em face
da efemeridade do gesto: “Quem com ferro fere com verbo será ferido”. Assim, o
vício pela palavra poética é, no poema-homenagem a Jack Kerouac, semelhante
àquele por um narcótico de fúria, e não apaziguante. E, talvez, por isso, o
poeta prefira, por vezes, o oximoro do “silêncio alto” à fala. Daí, também, a
deferência, na obra, à poesia corporal, sem palavra (a mímica, a dança),
cultivada pelo já referido Dale, mas também por Charles Chaplin, cujo cinema
mudo é reiteradamente evocado nos poemas.
Nos
três segmentos do livro que compõem o título, o primeiro deles versa sobre um
amor tão inviável quanto necessário, em que a imagem que permanece é a do
sujeito irremediavelmente partido, inacabado. “Pois nessa vida insuficiente
completar o vão do outro é mera tentativa brusca-tola”, resigna-se em
“Caminhos”, quando o amor já não adianta nem basta. Na unidade “Morte”,
colocam-se em relevo a perda, o envelhecimento e noção de que tudo caminha para
inexistência, disfarçado, quase sempre, pelo verniz da alegria e da descontração.
No entanto, “nada restará do riso lágrima sol do amor que arde abraço/ No
máximo uma poesia ou uma foto digital”, enuncia o eu poético em “Ana Cristina
César”. “Entre duas vidas”, que encerra o livro, é a parte predominantemente
autorreflexiva da obra, embora, como já ficou claro até aqui, esse discurso
poético é também tributo a descoberto, em que é chamada uma série de autores
(Pound, na epígrafe, mas também Pablo Neruda, Truman Capote, Oscar Wilde,
Fernando Pessoa e Caio Fernando Abreu nos próprios poemas). Em “Claríssima”, a
maçã ofertada no escuro, no verso final, é a chave para a escritora de A hora da estrela. A poesia de Vidigal
brota, assim, entre duas vidas: daquela mais imediata, que o poeta (não sabe
bem se) experimentou, e de uma outra, assumidamente forjada principalmente nas
leituras.
Marcio
Serelle
Agosto
de 2014
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