Quando a Tainá e o Tiago me deram o livro (obrigado aos
dois!) acreditei que seria uma espécie de guia de viagens. Pensei até que a “Arte”
estaria no livro como uma maneira de viajar, algo como uma sugestão de conduto
para apreciar melhor nossas excursões.
Como todo bom livro, não era nada do que pensei. Não gosto
de títulos explicativos, desses que tiram as surpresas de conhecer o
desconhecido.
Botton retrata não apenas a sua forma de viajar, mas (e é ai
que está o filé do livro) também como alguns artistas usaram sua arte para
relatar, retratar, informar seus passeios.
O autor tenta explicar outras conjugações do verbo viajar.
Contrariando o que inicialmente supus que diria, ele pede para que fujamos dos
manuais e guias de viagem.
Assim como na vida, durante uma viagem devemos realizar a nossa
história, o nosso momento. As impressões podem até ter suas influências, mas
necessitam serem pessoais. O doce ou o amargo depende do paladar, da estrutura
da língua e do seu digerir.
Apesar de pertencermos a uma espécie que já atingiu seus
bilhões de unidades, somos únicos enquanto pensamento (ou alma, ou ser). É
dessa maneira que o autor nos sugere que traduzamos nossas viagens.
Para onde seja possível, mesmo que seja até a esquina, até a
porta, até a ponta dos dedos... até onde a penumbra nos permita o olhar, ou
além.
Viajar é saber-se de si! É a idiossincrasia!
O livro despertou muitas ideias para textos, histórias. Risquei
e rabisquei o livro. O Tiago disse que livro rabiscado é livro feliz. Concordo
com ele e digo: Leitor que rabisca é mais feliz, é um artista de viagens
literárias!
Decore umas músicas do Sá, Rodrix e Guarabyra, calce uns tênis, abra
“A Arte de Viajar”, de Allain de Botton, e me conte quando voltar ao prosaico mundo
de sempre.
Boa viagem!
Boa Leitura!
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