quarta-feira, 18 de novembro de 2015

LISBELA E O PRISIONEIRO

Eu não consegui incluir no texto que vem a seguir uma indicação para livro. Por isso faço isso antecipadamente neste AS (antes escrito, contrário do PS - pós escrito).
Na Corda Bamba, Lygia Bojunga Nunes fala sobre uma menina, Maria, que vivia em um circo e precisou morar com a castradora avó. O livro é o resgate da personagem feito por ela mesma. 
Hoje, aqui no A VIDA LIDA, vou falar de evolução pessoal, teatro e circo. Segue o texto:






bela bela mais que bela

mas como era o nome dela?

Não era Helena nem Vera

nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era...” 
(Ferreira Goulart)


Seu nome era, e ainda é, Lígia Paula Machado. Mas, muitas vezes a chamam de Lisbela.
Você já assistiu ao filme: Lisbela e o Prisioneiro?


Pois bem, a história é mesmo engraçada. Junte a ela, no palco, manobras de circo, artistas versáteis, que cantam, dançam de patins, pulam, sobem em tecidos, liras, fazem malabares, mímicas, mágicas, uma banda ao vivo... e recheiem com encantamento. As personagens estão muito bem representadas por Luiz Araújo (Leléu), Ligia Paula Machado (Lisbela), Luccas Garcia  (Douglas), Maria Bia (Inaura), Nill de Pádua (Tenente Guedes), Fernando Prata/Dan Rosseto (Vela de libra/Frederico Evandro), Jonatan Motta (Cabo Citonho) e Milene Vianna (Francisquinha).
Músicos: João Paulo Pardal (guitarra e violão), Renan Cacossi (pífano e flauta transversal), Maristela Silvério (piano), Jonatan Motta (violino), Azael Rodrigues (bateria e percussão), Daniel Warchauer (acordeon), Augusto Brambilla (baixo acústico e elétrico)
Acróbatas: Roger Pendezza e Tarik Henrique.; Eis o que te espera!

Uns dias antes deste final de semana passado, fui assistir “Um Mundo Chamado Picadeiro”, com os alunos do Projeto Picadeiro Cultural. Esse projeto envolve teatro e circo para crianças da zona norte de São Paulo. Dois dos coordenadores desse projeto são a Nágila e o Danilo, meus amigos. Eles ficaram um bom tempo se apresentando nos teatros das bibliotecas públicas da cidade de São Paulo.
Eu acho muito interessante essa mistura de teatro com circo e música. As crianças do Projeto Picadeiro Cultural deveriam assistir Lisbela e o Prisioneiro para perceberem o quanto é importante e frutífero o que fazem. Os atores de Lisbela e o Prisioneiro também deveriam assistir a Um Mundo Chamado Picadeiro (pena que fui na última apresentação deles) para que não percam a chama impulsionadora inicial que, creio, todo artista tem.
 A Lígia é bailarina, acrobata, sapateadora, coreógrafa, diretora, atriz, cantora, linda, meiga e muito simpática. Ela não vem de uma família de circo, também não viu o circo-teatro.
Desde o início do século passado até os anos 60, para atrair mais público, os circos passaram a apresentar no final de suas apresentações encenações teatrais. Geralmente eram histórias escritas pelos próprios circenses e o palhaço era o artista principal. Comédias, dramas, ação tudo era possível de se ver nos picadeiros que corriam pelo Brasil. Destacam-se as histórias do Benjamim Oliveira, Piolin, do Arrelia, do Xúxu, entre outros grandes palhaços donos de circo.
Eu gosto de histórias contadas que te engulam. Pode ser num livro, numa música, num palco ou na imaginação. Lisbela e o Prisioneiro te leva para fora de si. Durante as 2 horas de apresentação (um pouco mais, um pouco menos, que importa o tempo?) você se esquece, assim como esquece do mundo e de que até já conhece a história. O espetáculo é surpreendente! Muito bem montado, amarrado e musicado.
Assim como também é surpreendente a apresentação dos alunos da Nágila e do Danilo. Crianças que também não são de família circense, apresentam-se com uma vontade e determinação incríveis. O palco, nos parece, não lhes é um estranho. Como também as artes circenses não lhes são alheias.
Hoje, conversando com a Joselyn e o Fernando, amigos circenses e excelentes professores de circo, ouvi e vi o quanto é bom para todos os jovens essas aulas de equilíbrio, concentração, coordenação e dedicação. Numa época em que o respeito e a obediência são raros é importante saber que, por livre e espontânea vontade, ainda há pessoas (jovens pessoas ainda em formação) que conseguem entender o quanto é necessário, para o nosso aprendizado e evolução, a humildade de ser aluno.

Aplausos para todos os professores de teatro e de circo e seus alunos!
Aplausos para todos atores de circo e de teatro e seus diretores!
Aplauso aos músicos!
Aplausos para todos que, como a Lígia Paula, a Lygia Bojunga, a Nágila Ferreira, o Danilo Santana, o Fernando Prendin, a Joselyn Peña, a Silvia Sbano, o Alfredo Muñhos, a  Viviane Rabelo, o Palhaço Xúxu se dedicam à evolução das pessoas através da artes do Circo!


 Respeitável Público, não perca Lisbela e o Prisioneiro!

terça-feira, 20 de outubro de 2015

O FALCÃO VINGADOR - By Dourovale

Primeira madrugada do horário de verão!
Por conta do sonho delirante de alguém, justificado (dizem) por umas fórmulas econômicas que eu não entendo, acordei uma hora mais cedo neste domingo.
Infelizmente, caro leitor, a literatura ainda não me traz os rendimentos suficientes para me sustentar sem eu ter que trabalhar em outra coisa. Quem sabe se você comprar um ou mais dos meus livros... talvez divulga-los para que seus amigos comprem...  quem sabe se com seu suor,
a sua boavontade... pode ser que com o seu sacrifício eu consiga dar asas aos meus sonhos e passar a viver apenas de escrever.
Quem sabe?
Quem dera?!!?
 Pode ser?
Por mais que no meu pulso esteja marcado que já são 4:30, meu pulsar sabe que, na verdade, ainda são 3:30. A minha realidade está adiantada e meu corpo atrasado. Não vivo o tempo do agora! Vivo no passado! Não poderia ser mais canceriano...
O trem sacoleja preguiçoso. Parece que o metal também sofre biológica/mecanicamente as ações das alterações forçadas de tempo. Um idiota usando fone de ouvidos, de olhos fechados, alheio ao resto do mundo, bate ritmada e aborrecidamente com a aliança de noivado no balaústre metálico. Parece feliz. Espero que a noiva o largue ainda hoje. Idiota!
Obrigado a compartilhar dessa alegria exclusiva, do desconhecido noivo, descarto qualquer possibilidade de um cochilo reparador.
Não há livro para ler, nem papel ou caneta para escrever.  Sai incompleto de casa. Isto que você lê é o resultado das tais notas mentais. O jeito é observar as pessoas e imaginar suas histórias.
Duas crianças, teoricamente acordadas, ainda não se deram conta que já saíram da cama. Ao lado delas a mãe. Perto dos pés uma sacola/bolsa de plástico duro transparente, recheada de pets de refrigerantes e potes, também transparentes, com comida.
Imagino a personagem que completa o quadro familiar.
O pai, que também é marido, que foi acusado, julgado, condenado por um crime e, por isso, está hospedado em uma dessas penitenciárias da cidade.

Não sei da justiça ou injustiça, da culpa ou da pena. Sei que a visita da mulher é uma opção dela, esteja ela consciente disso ou não. O que me indigna é a provável falta de opção das crianças.
Talvez, se lhes fosse permitido cuidar das próprias vidas, teriam optado por dormirem em suas camas até mais tarde, até bem mais tarde; e, ainda na talvezsão, preferissem passar o resto do domingo brincando no quintal, ou num parque, ou outro qualquer melhor lugar que a Penitenciária. Digo assim pois é em brincar que crianças tão pequenas pensam, penso.
Opções, condições, imposição, destino escrito, destino a ser desbravado. São destas coisas que trata “O Falcão Vingador”, que tive o prazer de assistir ontem (17/10/2015), por opção minha.
A peça conta a história de um rapaz, Lucas Papp, que pretende saltar do alto de uma montanha, usando as asas que construiu com as instruções deixadas pelo pai, e sobrevoar a cidade onde vive que, vista do alto parece uma letra C ou U (ou a junção delas – N.A.). Junto a ele, muito mais animada, está a mãe, Nana Pequini.

Excitada, hesitante a dupla, enquanto espera a hora correta do salto, comenta sobre o povo da cidade,  fala sobre a vida, projetam e rememoram o tempo. Sonhos, medos, dúvidas, conceitos, imposições, desafios, pais e filhos.

Essa coisa de sonhos, limites, conquistas e opções me lembram Fernão Capelo Gaivota, do Stephen King (usando o pseudônimo de Richard Bach). Se não leu, leia.

Luccas Papp é o autor do texto. Muito bom como ator e autor. A peça prendeu minha atenção e nem percebi o tempo passar.
Nana Pequini é amiga/atriz/diretora/coordenadora e tantas coisas mais... Ela já me ajudou a construir uma das minhas asas quando criamos (eu, ela, o Egmar e um tanto de mais gente) o IT IS, que era um site anarquista que pretendia falar livremente de pessoas e artes. Ela está estupenda no seu papel de mãe sufocante, alienada, alienante.


Não conhecia o lugar onde a peça é encenada, VIGA ESPAÇO CÊNICO. O lugar é incrivelmente muito interessante. Cenários e plateia não têm quase distinção. Ao contrário da famosa música, ali o povo vai onde a arte está.
A peça é encenada na Sala Piscina. Umas cadeiras, não muitas, um andaime, um par de asas e dois atores.
A peça me lembrou do meu sonho de sobrevoar de paraglider sobre  a cidade de Urubici. Ainda bem que Urubici não é um C ou U! é um I ou uma seta, sei lá, é Urubici.
Não deixe o seu interesse em ver "O Falcão Vingador" ficar apenas no plano dos sonhos, torne-o realidade.
Bom espetáculo!

Uma dica para quando você for ver "O Falcão Vingador" (ou qualquer outra peça), o melhor lugar é sempre dentro do Espaço Cênico, dentro de qualquer Teatro.
PS: Pensando melhor, espero que a noiva não dispense o alegre rapaz. Não fosse ele este texto seria qualquer outra coisa diferente do que é.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

PARA QUE VER CLARICE LISPECTOR? - By Dourovale

Ontem fui ver a Clarice Lispector. Para quê?
Sai de São Paulo e fui até Campinas apenas para ver Clarice.
Alguém pensou em me corrigir e disse: “Foi ver a Beth Goulart interpretar a Clarice Lispector?”
Foto: Rosana Xavier
Algumas vezes vamos ao Teatro para ver um ator específico, ou uma história que nos interessa. Apesar de saber que se trata de uma das grandes atrizes do atual Teatro Brasileiro, eu não fui ver a Beth.
Fui ver Clarice!
Para quê?
O Teatro Brasil Kirim foi uma grata surpresa. Muito confortável! Bem iluminado quando necessário. A visão do palco foi excelente.
No início da peça as informações de abertura, a ficha técnica, veio numa gravação que, creio, era a voz do Paulo Goulart. Tive o prazer de conhecer o pai da Beth num musical em que seu outro filho, também Paulo, atuava. Ele sentou-se ao lado e, durante a exibição, trocamos alguns comentários. Um dia normal para ele. Um dia especial para mim.

Mas a voz do Paulo me trouxe a informação, em cima da hora, que eu iria ver a Beth Goulart e não a Clarice.
Será que eu precisaria marcar um outro tipo de encontro para ver Clarice?
Nem deu tempo de filosofar muito...
Começou o espetáculo!
E eis que surge a voz estranha, os dedos tortos, a elegância, a sanidade, a loucura, as palavras, as personagens, a vida, as histórias, a pessoa.
Enfim encontrava-me com Clarice Lispector.
O cenário é formado por um divã, uma cadeira, um banco desses para uma pessoa, uma mesinha, a máquina de escrever e cinzeiros. Atrás e envolvendo/protegendo tudo isso uma cortina dessas de muitas tiras, bem fechadas.
Cortinas que servem para nos proteger dos olhares alheios e indevidos. Cortinas que servem para que escondamos o mundo e assim podermos viver plenamente em nós mesmos.

Para mim aquilo representa o cérebro da escritora. E assim, como acontece conosco (ao menos comigo), a realidade, os pensamentos e as histórias que cria misturam-se, completam-se, envolvem-nos.

Talvez as cortinas não sejam mesmo o cérebro, mas apenas um espelho.
Um espelho que reflete Clarice.
Um espelho que reflete suas personagens, que são sua forma de ver e traduzir o mundo e a si mesma.
Um espelho que reflete a nossa própria imagem, o nosso próprio medo daquele animal que nem o nome consigo escrever sem me sentir mal.
Depois do fim da peça a atriz volta ao palco para agradecer e falar.
Difícil! Difícil! Muito difícil!
Deixar de ver Clarice e visualizar a maravilhosa e elegante Beth Goulart.
Aplausos e mais aplausos.
Eu vi Clarice Lispector!
Para quê?
Para poder me ver um pouco sem rótulos e predefinições. Para, egoisticamente, usá-la como espelho.
Fui ver Clarice e me encantei mais ainda com a autora e com a atriz que lhe deu mais um sopro de vida.
Obrigado, Beth Goulart!

Obrigado, Clarice Lispector!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Eu não sei se pay-per-view o Teatro Mágico... mas eu vi! - Por Dourovale






Foto: Rosana Xavier
Este texto nasce tarde, mas ainda em tempo. Era para ter escrito em junho, logo após a apresentação do TEATRO MÁGICO em Osasco, mas nessas correrias... e lançamento de livro... fui adiando...
Em 27 de março de 1929, os modernistas, liderados pelo Oswald de Andrade, no Restaurante do Mappin, comeram antropofagicamente o senhor Abelardo Pinto, o famoso Piolin. Dizem que o palhaço devorado fez uma esplêndida atuação sobre sua morte. Era o reconhecimento dos artistas modernistas ao talento, não apenas do Palhaço Piolin, mas de toda arte circense.
O circo sempre foi uma arte modernista, mesmo antes do modernismo!
Os ciganos que fugiram das perseguições europeias foram os responsáveis pela “invenção” do circo no Brasil! Creio que o artista circense que mais se adaptou a este país foi o Palhaço. Na Europa eles são mais mímicos, não falam. No Brasil o palhaço fala, dança, canta e interpreta.
Benjamim de Oliveira também foi antropófago, futurista, surrealista e palhaço. Muitos acreditam que a mistura de teatro, música e circo começou com ele. Um modernista antes dos conceitos, das teorias, das análises críticas e artísticas. Um modernista por vocação e não por erudição, assim como todo Circo.
Quando você assiste ao TEATRO MÁGICO é possível vislumbrar, numa mesma apresentação música, teatro, poesia, circo,... Formas artísticas se misturam, desestruturam-se, recompõe-se, e lhe é servido ARTE.
O nome do grupo é inspirado/copiado/antropofagiado do livro “O Lobo da Estepe”, de Hermann Hesse. Foi esse mesmo livro que levou Clarice Lispector a se tornar uma escritora. O livro fala da angústia de quem é ou deixa de ser civilizado e se tornar um analítico crítico dos tempos modernos. O Teatro Mágico aparece para o personagem central de maneira ilusionista num cartaz que informa que a entrada é só para raros. É preciso ser uma pessoa rara para assistir ao Teatro Mágico.
Assim também você tem que ser uma pessoa rara para gostar do grupo TEATRO MÁGICO. Tem que gostar de música, ou de poesia, ou de acrobacia, ou de ilusão, ou de qualquer forma de arte, ou de nada.
O TEATRO MÁGICO é, na minha opinião, a melhor tradução (ou consequência) do movimento modernista na música. As palavras musicadas  do Fernando Anitelli não são letras de músicas, são poesias. E poucos são ou foram os poetas da música brasileira. Vinícius de Moraes, Cazuza, Chico Buarque, Belchior, Fernando Anitelli trabalham as palavras construindo e desconstruindo paradigmas, significantes e significados. Sabe o que isso significa?
Foto: Rosana Xavier
Oswald de Andrade dizia também que um dia o povo provaria os biscoitos finos que ele fabricava. Queria levar a arte ao povo simples que fala “teia” no lugar de “telha”, e “teiado” no lugar de telhado”. O TEATRO MÁGICO faz isso, não diferencia público. Pode se apresentar nos Bank Halls da elite ou num salão atrás da igreja em Santo André.
Foto: Rosana Xavier
Palmas! Aplausos! Assovios! Gratidão!
E a vontade que fica, ao final do show, é dizer:
“Vá! Dê meia-volta... e volta!”

Texto escrito por um admirador secreto chamado Dorival Cardoso Valente. 

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

“A ARTE DE VIAJAR” – Alain de Botton (By Dourovale)

Quando a Tainá e o Tiago me deram o livro (obrigado aos dois!) acreditei que seria uma espécie de guia de viagens. Pensei até que a “Arte” estaria no livro como uma maneira de viajar, algo como uma sugestão de conduto para apreciar melhor nossas excursões.
Como todo bom livro, não era nada do que pensei. Não gosto de títulos explicativos, desses que tiram as surpresas de conhecer o desconhecido.
Botton retrata não apenas a sua forma de viajar, mas (e é ai que está o filé do livro) também como alguns artistas usaram sua arte para relatar, retratar, informar seus passeios.
O autor tenta explicar outras conjugações do verbo viajar. Contrariando o que inicialmente supus que diria, ele pede para que fujamos dos manuais e guias de viagem.
Assim como na vida, durante uma viagem devemos realizar a nossa história, o nosso momento. As impressões podem até ter suas influências, mas necessitam serem pessoais. O doce ou o amargo depende do paladar, da estrutura da língua e do seu digerir.
Apesar de pertencermos a uma espécie que já atingiu seus bilhões de unidades, somos únicos enquanto pensamento (ou alma, ou ser). É dessa maneira que o autor nos sugere que traduzamos nossas viagens.
Para onde ir?
Para onde seja possível, mesmo que seja até a esquina, até a porta, até a ponta dos dedos... até onde a penumbra nos permita o olhar, ou além.
Viajar é saber-se de si! É a idiossincrasia!
O livro despertou muitas ideias para textos, histórias. Risquei e rabisquei o livro. O Tiago disse que livro rabiscado é livro feliz. Concordo com ele e digo: Leitor que rabisca é mais feliz, é um artista de viagens literárias!
Decore umas músicas do Sá, Rodrix e Guarabyra, calce uns tênis, abra “A Arte de Viajar”, de Allain de Botton, e me conte quando voltar ao prosaico mundo de sempre.
Boa viagem!

Boa Leitura! 

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Primeiro Capítulo de A Herdeira!

Faltando um mês para o lançamento do novo livro da série A Seleção, a Editora Seguinte divulgou o primeiro capítulo do livro A Herdeira, que já está em pré-venda e tem seu lançamento no dia 5 de maio.









Clique abaixo para ler o capítulo!

domingo, 5 de abril de 2015

O PROCESSO: Kafka e a Maioridade Penal - Dourovale

A história do Kafka que mais me impressionou não foi A METAMORFOSE, mas sim O PROCESSO.
Para quem ainda não leu, o livro conta a história de um cidadão comum, Josef K., que sem saber o porquê, por quem, como e quando, foi processado por uma Justiça que ele sequer sabia que existia.
Intrigante, não?
Numa situação dessas como se defender? Como se comportar? A quem recorrer? Como se salvar? Se não houver salvação, que pena esperar?
Kafka é mesmo um dos escritores mais intrigantes!

Lembrei desse livro ouvindo as diversas opiniões sobre a maioridade penal.A pessoa com 16 anos já pode ser considerada adulta ou ainda é criança?
Esse tipo de pergunta nos leva até o Ivan Lins, cantando que Somos Todos Iguais nesta noite.




Conheço pessoas que são ainda crianças apesar de já terem ultrapassado os 50 anos e, por outro lado, já ouvi opiniões adultas de pessoas que ainda não completaram 7 anos.
Apesar de vivermos em sociedade e dividirmos algumas experiências, somos seres individuais. Cada um se desenvolveu física, intelectual, emocional, social e racionalmente de maneira única.
Somos diferentes desde a concepção!
Talvez o erro da Democracia seja pretender tratar todos como iguais.
Da mesma maneira que é cruel imaginar um garoto que fez uma besteira, mas que ainda é criança, ser enviado para a cadeia misturado com os velhos frequentadores daquele local; também é terrível crer que um marginal convicto, mas com pouca idade, possa ficar isento de punição.
Talvez a questão da maioridade seja melhor determinada por Psicólogos do que por Data de Nascimento.
Mais do que mudar uma ou duas leis, chegamos a um ponto em que é preciso repensar todo o processo.
Nunca fomos tão individuais como agora.
Leia O PROCESSO, mistura a mensagem com suas experiências e conquiste a sua opinião.
Não somos todos um. Somos um cada um!

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Dicas para Começar a Ler em Inglês!

Oi pessoal!

Como muitas pessoas têm vontade de ler em inglês, mas não sabem como começar, resolvi dar algumas dicas no post de hoje! :D




1 - Leia uma história que você já conhece! 

Lembro que o primeiro livro que li em inglês foi uma edição da Penguin Readers do "The Phantom of the Opera", (que por sinal é meu musical favorito!) e já conhecer a história fez toda a diferença. Agilizou a leitura e a dedução do significado de palavras novas ficou muito mais fácil!

2 - Não use o dicionário!  

Pode parecer estranho, mas não usar o dicionário enquanto lê pode ser bem melhor! Tente entender as palavras desconhecidas pelo contexto. Se ainda estiver confuso, marque as palavras para procurar depois de terminar o capítulo.

3 - Estabeleça metas! 

Ler, tanto em inglês, quanto em português, exige prática e dedicação. Por isso, estabeleça uma meta de quantidade de páginas para ler por dia, conforme o seu tempo disponível!

4 - Conheça suas capacidades! 

É muito importante ler um livro adequado para a sua capacidade! Se você tem dúvidas sobre seu nível de inglês, aqui tem um teste bem legal! Existem várias editoras, como a Penguin já citada, que têm livros específicos para cada nível, controlando a quantidade e a dificuldade das palavras.

5 - Desafie-se! 

Depois de ler seu primeiro livro, pense sempre em evoluir! Claro que não dá pra ler Virginia Woolf no original do dia pra noite, mas nada que a prática não faça! Comece a assistir seus filmes ou séries favoritos com legenda em inglês ou tente entender as músicas que você gosta, sem precisar ler a tradução. Exercite seu inglês, escrito e falado, sempre que possível!

Essas dicas se aplicam a qualquer idioma! Se elas te ajudaram de alguma forma, ou se tiver mais algumas, deixe aqui nos comentários! :D

Não esqueça de compartilhar com seus amigos no Facebook e no Twitter!

Até a próxima ;)


quarta-feira, 25 de março de 2015

5 Melhores Filmes Baseados em Livros do Netflix - Por Tiago Valente

Oi pessoal! Trouxe hoje uma seleção com alguns dos meus filmes baseados em livros favoritos! Para facilitar a vida de todo mundo (inclusive a minha), todos os filmes citados estão disponíveis no Netflix.com!

  1. Psicose

 Marion Crane é uma secretária (Janet Leigh) que rouba 40 mil dólares da imobiliária onde trabalha para se casar e começar uma nova vida. Durante a fuga à carro, ela enfrenta uma forte tempestade, erra o caminho e chega em um velho hotel. O estabelecimento é administrado por um sujeito atencioso chamado Norman Bates (Anthony Perkins), que nutre um forte respeito e temor por sua mãe. Marion decide passar a noite no local, sem saber o perigo que a cerca.

Pra quem curte o filme, vale a pena também conferir a série Bates Motel, que está agora na 3ª temporada! 













2. Desventuras em Série


  Klaus (Liam Aiken), Violet (Emily Browning) e Sunny (Kara Hoffman e Shelby Hoffman) são três irmãos que repentinamente recebem a notícia de que seus pais morreram em um incêndio. Como são menores de idade eles não podem ainda herdar a fortuna de seus pais, o que apenas ocorrerá quando Violet, a mais velha, completar 18 anos. O trio passa então a morar com o Conde Olaf (Jim Carrey), um parente distante bastante ganancioso, que deseja tomar a fortuna das crianças para si. Para atingir sua meta Olaf não medirá consequências.















3. O Nevoeiro 

   Após uma violenta tempestade devastar a cidade de Maine, David Drayton (Thomas Jane) e Billy (Nathan Gamble), seu filho de 8 anos, correm rumo ao supermercado, temendo que os suprimentos se esgotem. Porém um estranho nevoeiro toma conta da cidade, o que faz com que David, Billy e outras pessoas fiquem presas no supermercado. Logo David descobre que há algo de sobrenatural envolvido e que, caso deixem o local, isto pode ser fatal.














4. O Menino do Pijama Listrado

  Alemanha, Segunda Guerra Mundial. O menino Bruno (Asa Butterfield), de 8 anos, é filho de um oficial nazista (David Tewlis) que assume um cargo importante em um campo de concentração. Sem saber realmente o que seu pai faz, ele deixa Berlim e se muda com ele e a mãe (Vera Farmiga) para uma área isolada, onde não há muito o que fazer para uma criança com a idade dele. Os problemas começam quando ele decide explorar o local e acaba conhecendo Shmuel (Jack Scanlon), um garoto de idade parecida, que vive usando um pijama listrado e está sempre do outro lado de uma cerca eletrificada. A amizade cresce entre os dois e Bruno passa, cada vez mais, a visitá-lo, tornando essa relação mais perigosa do que eles imaginam.












5. A Fantástica Fábrica de Chocolates 

  Willy Wonka (Johnny Depp) é o excêntrico dono da maior fábrica de doces do planeta, que decide realizar um concurso mundial para escolher um herdeiro para seu império. Cinco crianças de sorte, entre elas Charlie Bucket (Freddie Highmore), encontram um convite dourado em barras de chocolate Wonka e com isso ganham uma visita guiada pela lendária fábrica de chocolate, que não era visitada por ninguém há 15 anos. Encantado com as maravilhas da fábrica, Charlie fica cada vez mais fascinado com a visita.
















Bom, esses foram os filmes que eu escolhi, tentei variar bastante os estilos! Se você tem mais algum para indicar, deixe aqui nos comentários! 

Até a próxima ;D 

sexta-feira, 20 de março de 2015

Impressões Sobre: Insurgente (Filme)

Depois de muita espera, na última quarta-feira, dia 18, Saga Divergente: Insurgente finalmente chegou aos cinemas brasileiros para matar a curiosidade de milhões de fãs!



-------ESSE POST CONTERÁ SPOILERS! ;D 

A primeira metade do filme não apresenta grandes diferenças em relação ao livro. Tris, Quatro, Caleb e Peter se refugiam na Amizade, enquanto programam os próximos passos para derrubar Jeanine do poder. O cenário e a fotografia utilizados para demonstrar a facção deram uma atmosfera bem diferente das outras vistas no primeiro filme, deixando até com um aspecto mais antigo. Já a Erudição e a Franqueza são bem parecidas, com um estilo futurista e sofisticado, tendo bem menos cores do que as outras facções, se concentrando no branco, preto e azul.

A segunda metade foi a que sofreu mais alterações, que foram totalmente compreensíveis e ajudaram na dinâmica do filme, intercalando cenas de suspense, drama e ação. Muita ação! Ao invés dos experimentos de Jeanine servirem para entender melhor como funciona o cérebro de um divergente, eles têm a função de abrir uma caixa deixada pelos Fundadores, que contém uma mensagem sigilosa. Para isso, Tris tem que passar pelas simulações de todas as facções e sobreviver à elas. Além disso, a trama também apresenta a formação do exército dos sem-facção aliados aos sobreviventes da Audácia.

A interpretação dos atores foi bem trabalhada, principalmente em Shailene (a cena do Soro da verdade, no julgamento da Franqueza, ficou incrível!) e em Kate Winslet (Jeanine), só senti falta de um pouco mais de emoção e intensidade em algumas cenas de Ansel Elgort (Caleb) e Theo James (Quatro/Tobias), mas nada que comprometa o filme em si. Os efeitos especiais e as várias cenas de ação foram caprichadas e as simulações muito mais trabalhadas e realistas do que em Divergente.

O desfecho do filme deixa aqueles que ainda não leram o livro bastante curiosos, e aqueles que já leram ansiosos para saber como as mudanças no roteiro de Insurgente vão interferir no desfecho da história.

Insurgente está disponível também em 3D e garante momentos de emoção e de adrenalina!

quinta-feira, 19 de março de 2015

Trailer de "Cidades de Papel"!

Finalmente!! Depois de muita espera, John Green, autor do livro "Cidades de Papel", divulgou em seu Facebook o primeiro trailer da adaptação cinematográfica do romance, com Nat Wolff e Cara Delevingne.Veja abaixo:



No trailer podemos ver várias das cenas mais esperadas, como Quentin e Margot crianças, a revolta de Margot, a buscas pelas pistas após o desaparecimento da garota, e a grande aventura dos quatro amigos enquanto viajam de carro.

O filme será lançado em Julho, um programa incrível para as férias!

quarta-feira, 18 de março de 2015

Teaser e Fotos de "Cidades de Papel"

Hoje, 18 de março, a atriz e modelo Cara Delavingne liberou em seu twitter um teaser e algumas fotos do tão aguardado filme "Cidades de Papel", adaptação do romance YA de John Green, que também conta com Nat Wolff no papel de Quentin. O trailer oficial será lançado amanhã, mas já dá para matar a curiosidade de algumas cenas! :D
O filme chega ao Brasil em julho!

Cidades-de-Papel-trailer-5

Um vídeo publicado por Cara Delevingne (@caradelevingne) em

Clique abaixo para mais fotos! 

Melhores Lançamentos - Março/15

Oi pessoal! Trouxe hoje os melhores lançamentos desse mês ;D



LIGAÇOES
Georgie MCcool sabe que seu casamento está estagnado. Tem sido assim por um bom tempo. Ela ainda ama seu marido, Neal, e ele também a ama, profundamente - mas o relacionamento entre eles parece estar em segundo plano a essa altura. Talvez sempre esteve em segundo plano. Dois dias antes da tão planejada viagem para passar o Natal com a família do marido em Omaha, Georgie diz a ele que não poderá ir, por conta de uma proposta de trabalho irrecusável. Ela sabia que ele ficaria chateado - Neal está sempre um pouco chateado com Georgie -, mas não a ponto de fazer as malas e viajar sozinho com as crianças. Então, quando Neal e as filhas partem para o aeroporto, ela começa a se perguntar se finalmente conseguiu. Se finalmente arruinou tudo. Mas Georgie estava prestes a descobrir algo inacreditável - uma maneira de se comunicar com Neal no passado. Não se trata de uma viagem no tempo, não exatamente, mas ela sente como se isso fosse uma oportunidade única para consertar o seu casamento - antes mesmo de acontecer... Será que é isso mesmo o que ela deve fazer? Ou ambos estariam melhor se o seu casamento jamais tivesse acontecido?

REBOOT, V.1   Há 5 anos, ela morreu. 178 minutos depois, acordou. Quando grande parte da população do Texas foi dizimada por um vírus, os seres humanos começaram a retornar da morte. Os Reboots eram mais fortes, mais rápidos e quase invencíveis. Quanto mais tempo uma pessoa permanecia morta, menos traços de humanidade ela apresentava ao retornar como um Reboot. E esse foi o destino de Wren Connolly, agora conhecida como 178, a Reboot mais implacável da CRAH (Corporação de Repovoamento e Avanço Humano). Como a mais forte, sua principal função é capturar Reboots e humanos rebeldes que representam ameaças à população, além do treinamento de novos Reboots. Quando a nova leva de novatos chega à CRAH, um simples 22 chama a atenção de Wren. E a convivência com ele faz com que 178 comece a questionar a própria vida e o rigoroso método da corporação à qual tanto se dedicou. Quando a Reboot mais implacável começa a questionar suas convicções, a realidade dos reinicializados começa a mudar.

FERIAS INFERNAIS Esta coletânea reúne contos de jovens que só queriam se divertir e ter a viagem dos sonhos, mas não faziam ideia de como simples férias podem dar tragicamente errado. Cinco autoras dão vida aos mais assustadores seres sobrenaturais e provam que nada como cenários paradisíacos para se contar uma boa história de terror. Bagagem extraviada não é nem metade do tormento de topar com uma bruxa amargurada, louca por vingança. Queimadura de sol pode ter um efeito feio e doloroso, mas não tão prolongado quanto o de uma maldição. Ficar perdido numa cidade desconhecida? Imagine a mesma situação com um demônio à solta, e aí sim você terá uma boa história para contar.








terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Conto do Dourovale



DE Dourovale
EM UM RESTAURANTE DE BRASÍLIA


- Garçom!
- Pois não, Senhor!
- Estou com sede. Por favor, o cardápio de Justiça.
- Aqui está!
O cliente olha o cardápio rapidamente, e escolhe sem ver todas as opções.
- Eu quero “Justiça Contra o PT”, diz em um tom elevado.
- Certo. Permite que eu faça uma sugestão, diz o Garçom com muito boa vontade.
Contrariado, o Cliente, apenas para demonstrar que se preocupa com a opinião alheia, acena com a cabeça afirmativa e relutantemente.
- “Justiça Contra o PT” é muito pedido nesses dias. Bebida saborosa mesmo... Mas ele é apenas parte de um drink. A bebida completa e, cá entre nós, bem mais saborosa; é  “Justiça Independente de Partido Político”.
Parece que a sugestão entrou nos ouvidos do Cliente como uma heresia. Ele se levanta abruptamente, fica com as faces arroxeadas e grita estupidamente:
- Eu quero “Justiça Contra o PT”!
O restaurante inteiro olha para a mesa onde estão o Cliente e o Garçom. Sem saber o que se passava, alguns até batem palmas e pedem a mesma bebida gritando.
Constrangido e arrependido de demonstrar sua opinião, o Garçom se cala e busca a bebida. Pelas outras mesas por onde passa ouve, de alguns outros clientes, ofensas e ameaças de que deixariam o restaurante.
Quando volta, coloca a bebida em frente ao Cliente que diz sem que mais ninguém, além do Garçom, possa ouvir.
- Para falar a verdade eu nem gosto muito de “Justiça” e só pedi “Justiça Contra o PT” porque todo mundo está pedindo. Você me entende, né?

Ps: O texto está Justificado!