segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

TAG Serendipity - Por Tiago Valente




Vi essa tag no blog Estante de Sorrisos, e foi criada pelo blog Serendipity! Vamos começar \o/ 

§   Mel: um livro que tenha um personagem que é a sua cara
            


Não consegui pensar em nenhum melhor, mas me identifico bastante com o Quentin do Cidades de Papel!


§  Serendipity: um livro que você tenha encontrado por acaso


§  Escolhi Starters, a primeira distopia que li, que ganhei de aniversário da minha irmã. Gostei bastante da história e do tema mas me decepcionei muito com a continuação: Enders... 
§   
§  Spock: um livro muito fofo


Não... não vou colocar A Culpa é das Estrelas que nem todo mundo...  Como não consegui escolher um só, coloquei os dois mesmo! Minha serie favorita de livros infantis (ou middle grade): A Fantástica Fábrica de Chocolates e Charlie e o Grande Elevador de Vidro! Por causa dos filmes e desses dois livros, Willy Wonka se tornou um dos personagens mais marcantes para mim.  
§ 
   London: um livro que te transportou para um lugar no qual você gostaria de
§  Morar


Harry Potter (a série toda)! Quem nunca sonhou em ter aulas em Hogwarts, ou passear pelo Beco Diagonal???
§  Gui; um livro em quadrinhos ou um livro com um personagem nerd


Acho que foi o único livro com um protagonista nerd que eu li, O Teorema Katherine! Mesmo todo mundo falando que é o pior livro do autor (realmente acho que é...), me diverti bastante com o Colin, mas confesso que pulei o final do livro... (aquela parte em que explicam como foram montados os teoremas). 
§  

Fotografia: um livro com ilustrações



Percebi que quase não leio livros ilustrados... Escolhi Lua de Larvas, da Sally Garder. As ilustrações conversam indiretamente com a história e possuem uma sequência, podendo ocupar apenas o canto da página ou mais da metade dela.

§  Bilbo: um livro curto, mas que você gostou muito



Já acompanhava o Cabine Literária há algum tempo e fiquei muito feliz quando comprei o primeiro livro do Danilo: Por quê, Indiana João? A história conseguiu me prender, e me identifiquei bastante com o personagem!

§  Beatles: um livro popular que você ama



Quem é Você Alasca? Durante os dois dias que passei lendo o primeiro romance de John Green, me vi completamente sugado pelo universo de Miles e apaixonado pelos personagens. Entrou pra lista dos meus livros favoritos da vida!
§  
Tatuagem: um livro que te marcou para sempre

§  Muito divulgado no exterior, mas ainda não muito comentado aqui no Brasil, Mentirosos me prendeu do começo ao fim e me deixou curioso por dias inteiros. Foi, sem dúvidas, o melhor desfecho que já li! 
§   
§  Wonderland: um livro que te levou para um universo fictício




Queria colocar Harry Potter de novo, mas viajar para Narnia também foi uma experiência incrível! 

- O - 

Espero que tenham gostado! Estou tagueando todos que ainda não responderam. Semana que vem tem mais uma tag aqui no VidaLida! 

Até a próxima! 

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O Estranho Mundo de Jack (Jun Asuka) - Por Tiago Valente





                Buscando alguma leitura de natal para esse fim de ano percebi que o único livro com o tema que eu tenho na minha estante é “Deixe a Neve Cair”, minha leitura do ano passado. Revirando mais um pouco encontrei o mangá “O Estranho Mundo de Jack”. Li já faz alguns anos, logo depois de ver o filme pela primeira vez, achei que seria legal fazer uma releitura, mesmo não estando muito acostumado com a ordem oriental de leitura. A história original de Tim Burton, adaptada por Jun Asuka, nos leva à Cidade do Halloween, onde o feriado é aguardado e comemorado por todos os habitantes durante o ano todo. Jack Skellington, o grande soberano da cidade, vê-se frustrado com a monotonia e a falta de novidades no lugar em que vive. Após caminhar sem rumo acaba encontrando a Cidade do Natal. A aventura de Jack começa assim que ele decide levar o Natal para a Cidade do Halloween e tomar o lugar do Papai Noel para si.
                O filme de 1993 teve grande fama e tornou-se clássico natalino obrigatório, junto com Esqueceram de Mim e O Grinch. A adaptação do filme para mangá traz uma versão resumida da história, apresentando Sally como personagem central, contendo trechos das canções e falas semelhantes. Não sou grande fã de mangás, talvez por isso tenha me incomodado com algumas partes. Alguns desenhos não são muito claros, assim como os movimentos dos personagens e as cenas que exigem mais ações, que talvez tenham sido melhor compreendidas por quem já assistiu à animação.
                Mas o apêndice da edição fez tudo valer a pena! Publicado pela Panini Comics, junto com a Planet Manga em 2007, as últimas 10 páginas nos apresentam detalhadamente aos personagens da história, assim como o processo de criação do universo de Tim Burton e sua transformação em filme e mangá. No rodapé estão descritos livros e filmes sobre os dois feriados citados na obra (só senti falta de saber os preços e indicações de lugares para compra), assim como curiosidades sobre eles.
                Para quem gosta de leituras temáticas e quer conhecer um pouco mais sobre Halloween e Natal, O Estranho Mundo de Jack é um leitura fácil, rápida e deliciosa para os fãs do filme e até para os que ainda não conhecem a história de Jack e Sally!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Resenha: Mentirosos (E. Lockhart) - Por Tiago Valente





                Impossível não morrer de vontade de ler Mentirosos, de E. Lockhart, após assistir o vídeo da Pam Gonçalves (Link). Lançado pela Editora Seguinte o livro, narrado em primeira pessoa por Cadence Sinclair, nos apresenta as tradições e os costumes da tradicional família Sinclair que se une durante as férias em Beechwood, sua ilha particular. Durante esse período, Cadence se une a três parentes e amigos, são eles Johnny, Mirren e Gat, juntos formam o grupo Os Mentirosos (Não... não é um grupo musical!). O mistério começa quando Cadence sofre um acidente que desestabiliza a família e transforma as relações entre os tios, avós e primos. O único problema é que ela não se lembra de absolutamente nada do acontecido no verão dos quinze anos. Após dois anos sem voltar à ilha, sofrendo com alucinações, dores de cabeça e depressão, a protagonista volta à sua casa em Beechwood e ao grupo dos Mentirosos, que preferem manter todo o ocorrido em segredo, assim como o resto da família.
                Enquanto tenta recuperar a memória, Cadence se vê rodeada por diversos dilemas familiares, como a cobiça de suas tias pela herança de seu avós, o sofrimento e a paixão por Gat, o único frequentador da ilha que não pertence à família, supostamente “perfeita”.
                A trama e os segredos são revelados aos poucos, podendo ser um pouco confusos no início, mas contribuem para o objetivo final e a resolução do mistério, que só é desvendado nas últimas 10 páginas do livro.
                Foi uma das melhores, senão a melhor, leitura de 2014, feita em apenas dois dias. A curiosidade de Cadence e sua forma irônica de contar a história são responsáveis por prender o leitor até o fim e nos fazer criar diversas teorias e possibilidades. O livro não segue uma ordem cronológica, mas sim de acontecimentos, me mostrando tudo o que eu preciso saber dos verões anteriores para entender o ocorrido no verão dos dezessete, mesclando informações da rotina da família e contos escritos pela própria Cadence, que conversam com a história paralelamente.
                A escrita de Lockhart me surpreendeu bastante, mostrando uma fuga dos clichês e ótima exploração do ambiente criado (tão complexo que precisou de um mapa no início da edição). Após chegar ao final não acredito que alguém não tenha vontade de recomeçar a leitura e perceber os mínimos detalhes. Para não estragar a surpresa do leitor, mas permitir um debate entre os que já leram, a Editora Seguinte criou um fórum no hotsite http://seguinte.com.br/mentirosos , depois de ler vale a pena conhecer a opinião de outros leitores. Lá também é possível enviar uma foto que represente o livro, ou contar alguma mentira sua (não é preciso se identificar ;D ).  

                Com um preço acessível, bem abaixo do que normalmente tenho visto, Mentirosos é um dos lançamentos mais aguardados e mais surpreendentes de 2014. É o tipo de livro que não me cansarei de indicar até que todo mundo tenha lido!      
     Até a Próxima!! :D     

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

SE ESSA RUA FOSSE MINHA

Quem é você?
A resposta a essa pergunta nos classifica. Sou isto, não sou aquilo, não sou tal, sou qual. E somos todos diferentes dentro das mesmas opções, o que nos torna iguais. Confusamente simples esses conceitos sempre eram esquecidos quando, nos salões, ou nas ruas se pulava o carnaval. “...hoje eu sou da maneira que você quiser...” (Chico Buarque).
E nos outros dias?
Pense num país dividido!
Dividido por classes sociais, por origens, por conceitos.
Imagine a possibilidade de que o governo esteja nas mãos de pessoas com uma proposta política mais direcionada para o socialismo.
Tente entender a revolta que os mais capitalistas sentem por não se conformarem com isso.
Nesse mundo, que estamos criando na nossa mente, começam a eclodir conflitos.
Agora, relacione tudo que lemos acima com um momento da história do Brasil; mais especificamente para a cidade de São Paulo.
Pode ser que eu tenha escrito sobre o tempo de hoje, mas também pode ser da época dos anos de chumbo.
Os conflitos da segunda metade dos anos 60 se repetem nesses nossos anos 10.
Sem perder esse enfoque, pense em Romeu e Julieta.
São todas essas visões, todos esses questionamentos que a peça “SE ESSA RUA FOSSE MINHA” apresentará para quem tiver o prazer de ir, nos dias 10 e 11 de dezembro, ao Teatro da faculdade Anhembi-Morumbi, que fica ali no Brás.
A peça, que começa no final dos anos 60, início dos 70, traz uma aluna da USP que se apaixona por um aluno do Mackenzie. Lembra da Batalha da Rua Maria Paula? http://educacao.uol.com.br/album/2013/10/02/relembre-o-que-foi-a-batalha-da-maria-antonia-entre-alunos-da-usp-e-do-mackenzie.htm 
Para quem não sabe ou não conhece, a USP (assim como a PUC-SP) sempre foi de uma tendência política mais voltada para o socialismo/comunismo; já o Mackenzie é o símbolo (ainda hoje) dos adeptos ao capitalismo. Em meio a tantos ISMOS: romantismo.
Só por isso já seria interessantíssimo assistir à peça, mas vamos melhorar a coisa.
Entre os conceitos políticos e a trama romântica temos algumas músicas do mais criativo momento da MPB.
Quem gosta de São Paulo, quem gosta de política, quem gosta de romance e quem gosta de música não deve e nem pode perder essa oportunidade. Fica o convite para “...seja você quem for, seja o que Deus quiser...”(Chico Buarque)

“SE ESSA RUA FOSSE MINHA”, uma peça que lê a vida, a vida 
lida!
Ingressos: http://seessaruaomusical.wordpress.com/ 

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

SOL E CÍDIO (REISNANDIANO) - Dourovale

Hoje, nesse clima que é mais verão do que primavera, na rodovia de todos os dias, o sol brilhava intensamente e, parecia proposital, refletia-se nos autos da frente, ultrapassando o para-brisa e atingia meus olhos. O mundo que eu via passou a ser uma fantasia: as formas deformadas; as cores alteradas; os conceitos desconsiderados; o asfalto derretendo visivelmente (sim, era possível vê-lo derreter-se, onduladamente mole, virava vapor).
Negligenciei a proteção dos óculos escuros, que não me trariam a realidade, mas tornariam o mundo mais aceitável e compreensível. Aceitei como verdadeiras as imagens que se produziam e não me entendi precisando de ajuda.
Sem saber, ou, até talvez, sem me importar, que é o mesmo que não saber; arrisquei a minha vida. Pouco ou muito, a intensidade não importa. O que interessa são as possibilidades. Dirigi como que cego ou dopado, acreditando nas realidades deformadas que eu traduzia.
É assim a ilusão do sol que nem sempre resulta em acidente.

Mas, de forma contrária aos dizeres das ciências exatas, não possuímos apenas um sol que pode nos cegar.

O segundo sol difere entre as pessoas.
Para alguns é o trabalho.
Para outros o amor.
Há os que se ceguem por uma causa, por uma arte, por um esporte.
Encontramos quem se ilude com os reflexos imperfeitos das religiões, das políticas, das ganâncias, das traições, dos preconceitos.
Esse segundo sol causa os mesmos efeitos de deturpação da realidade e, embebidos ou deturpados, por não saber ou não querer, deixamos de lado os óculos escuros...
Colocamos a vida em risco, deixamos a consciência em xeque, apontamos uma arma para a nossa sanidade e nos sentimos bem.
Quando cegos não conseguimos perceber onde estão os dados para poder jogá-los e definir a sorte da nossa sina.
Quando cegos quem se apropria dos dados e os lança é o acaso.
Quando cegos deixamos a decisão do nosso destinos em mãos alheias.
Calma,
nem toda história de paixão cega termina triste.
Mas atenção,
nem toda história de visão deturpada termina bem.

Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago, poderia ser entendido como um Conto de Fadas moderno. (Contos de Fadas sempre foram cruéis, certo?). As pessoas, no livro, assumem o que há de mais podre na alma humana quando acreditamos que um deturpado presente é sempre eterno.
Se não quiser ler, se preferir ofuscar sua vista com a visão de outra pessoa, veja o filme.
Um momento...
Antes de ir....
Responda:  Qual é o seu segundo sol?

sábado, 11 de outubro de 2014

Literatura Brasileira Hoje

Navegando nas ondas internéticas encontrei um site que discutia quem eram os maiores escritores da atualidade em Portugal.
http://www.goodreads.com/topic/show/522578-quem-o-melhor-escritor-portugu-s-da-actualidade-e-o-pior
Aproveitando a ideia, faço o mesmo aqui no A VIDA LIDA.

Na sua opinião quem é o melhor escritor brasileiro vivo?

Os que responderem farão parte de um sorteio do meu livro  "ARTESÃO DA LITERATURA - OS PRIMEIROS A CONTAR".

Participe já!

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Desafio do Mês do Horror - #2 TAG Dos Infernos

No segundo dia do desafio achei que seria interessante responder a uma TAG, e escolhi a TAG dos Infernos, feita pela Tatiana Feltrin, (Link para o vídeo). São várias perguntas, algumas foram adaptadas, com o tema Halloween!

1ª > 3 Desenhos

- Scooby-Doo: Quem não cresceu assistindo aos mistérios da Mistério S.A. pode sair do site agora e encontrar um SBT pertinho de você! ;) Os episódios trazem um mesmo formato, um mistério que envolve a trama e só é solucionado nos últimos minutos. Para ilustrar, coloquei abaixo um trecho do meu favorito: A Bruxa Fantasma

 

- A  Noiva Cadáver: Desenho do Tim Burton só pode dar nisso: uma história sem pé nem cabeça que te envolve e te prende do começo ao fim. Em um vilarejo europeu do século XIX vive Victor Van Dorst (Johnny Depp), um jovem que está prestes a se casar com Victoria Everglot (Emily Watson). Porém acidentalmente Victor se casa com a Noiva-Cadáver (Helena Bonham Carter), que o leva para conhecer a Terra dos Mortos. Desejando desfazer o ocorrido para poder enfim se casar com Victoria, aos poucos Victor percebe que a Terra dos Mortos é bem mais animada do que o meio vitoriano em que nasceu e cresceu.




- Os Vilões da Disney: Não podia faltar Disney nessa TAG! Meu desenho favorito é também próprio para o mês do horror. Nele, os vilões de todas as animações da Disney invadem a House of Mouse e tentam tomar posse do lugar, enquanto acompanhamos esquetes também temáticas. Veja abaixo:



2º > 3 Séries e/ou episódios avulsos

- Supernatural: Minha segunda série favorita (#TeamRevenge) conta a história de Sam e Dean Winchester que caçam e destroem monstros sobrenaturais! Acho que despensa maiores apresentações... Meu episódio favorito chama-se Bloody Mary:



VEJA A TAG INTEIRA CLICANDO ABAIXO:

domingo, 5 de outubro de 2014

Desafio do Mês do Horror - #DIA1 Christie, King e Poe - Por Tiago Valente

  Para começar o Desafio do Mês do Horror, (veja o post explicativo aqui) decidi ir até a Livraria Cultura do Conjunto Nacional com um objetivo: encontrar livros diferentes e não tão conhecidos sobre o tema. Para não perder o costume, comecei pelos livros em inglês e o que eu encontrei foram várias prateleiras lotadas de livros da Agatha Christie, a mais respeitada escritora de livros policiais. As próximas duas horas foram dedicadas à leitura de cada sinopse e, depois de muita indecisão, escolhi The Body In The Library.


    Após consultar o preço procurei a edição em português e descobri que, embora a hardcover não seja tão atraente quanto a primeira que vi, o livro estava pela metade do preço (e depois ainda reclamam que no Brasil poucos lêem em inglês...).

   Como pensei em fazer um diário de leitura neste Desafio, achei válido comentar o que estou achando, mesmo que esteja ainda no quarto capítulo.
    Agatha consegue criar o ambiente e desenvolver os personagens, mesmo que alguns já tenham participado de outros volumes, em poucas palavras, o que me agrada muito. Acho um pouco cedo para comentar sobre a história, mas já deu pra perceber a falta de preocupação com a parte interna da edição. A capa (ao lado) chama a atenção na livraria, mas o conteúdo apresenta diversos e sérios erros de acentuação e até digitação, o que me fez pensar se não seria melhor ter levado a versão original, mesmo tendo que desembolsar o dobro do que havia gasto.

Também tenho que comentar sobre Stephen King! Tenho visto vários de seus livros em destaque em diversas livrarias, mas os preços não são nem um pouco convidativos... Nas edições americanas ou inglesas apenas encontrei livros de bolso que, mesmo custando preços de sebo (ou menos...), não são nem um pouco confortáveis de se ler. Encontrei IT - A Coisa, que em sua versão original tem mais de mil páginas, com a mesma grossura de um livro como Harry Potter e a Ordem da Fenix em páginas com um cheiro até desagradável, mais finas do que as da bíblia e de uma cor acinzentada, quase um jornal. São por esses e vários outros motivos que eu acabo optando por usar o iBooks! O aplicativo oficial da Apple permite escolher o brilho da tela, o tamanho da fonte, a cor da página, além de organizar os livros em uma estante virtual, semelhante a uma real. Os livros podem ser comprados em diversos idiomas e por preços acessíveis. Pra quem se incomoda com o brilho da tela, uma película fosca pode ser a solução!

   Ainda nesse primeiro dia, li o conto A Máscara da Morte Rubra, de Edgar Allan Poe, pela indicação da Tatiana Feltrin (que inspirou o desafio), mas acredito que será melhor comentar sobre ele em um post exclusivo. Nos próximos posts do desafio também pretendo trazer dicas sobre filmes e séries!

Até mais :D

 

sábado, 4 de outubro de 2014

Resenha - Lua de Larvas (Sally Gardner) - Por Tiago Valente



 A primeira leitura da Bienal 2014 foi Lua de Larvas, da escritora britânica Sally Gardner.

SINOPSE:
Quando seu melhor amigo, Hector, é de repente levado embora, Standish Treadwell percebe que cabe a ele, a seu avô e a um pequeno grupo de rebeldes enfrentar e derrotar a opressão permanente das forças da Terra Mãe. História de extrema originalidade e contundência. É impossível não se comover com a narrativa enfática e o heroísmo inesquecível de Standish.


   Por pouco o livro não é considerado um Haicai, os capítulos são bem curtos e deixam a leitura rápida. O início pode deixar o leitor confuso, mas a história vai se revelando aos poucos, aumentando a curiosidade pelo desfecho. 
   A inocência de Standish, e sua visão simples do mundo, da leveza a uma história tão pesada em que um governo totalitário controla seus cidadãos e os separa em zonas. Com a chegada do homem a Lua, vários acontecimentos transformam a vida de Standish, como a chegada de Hector, que em pouco tempo se torna seu melhor amigo. Os dois vivem aventuras imaginárias com o objetivo de chegar ao planeta Júniper, mas logo a diversão é interrompida quando Hector e sua família são afastados de Standish, e é quando a verdadeira aventura começa. 
   Standish vive com seu avô, que o ajuda a enxergar o mundo em que vivem da melhor forma, além de protegê-lo.
   Embora pareça infantil, o livro traz passagens realmente fortes como a morte de um garoto após ser espancado pelo diretor de sua escola, e a invasão da casa do protagonista, mas tudo do ponto de vista inocente do menino. 
   Foi uma das melhores leituras do ano, e uma das mais rápidas também, embora seja a quinquagésima trigésima sexta distopia, traz diferenciais pela sua premissa infantil e também por possuir um único volume (finalmente uma história que não precisa de 3 ou 4 livros para ser concluída). As ilustração conversam com a história, embora não a representem diretamente (são basicamente compostos por ratos, larvas e moscas).   
   O estande da WMFMartinsFontes na Bienal recebeu a autora para um bate-papo com fãs, mas infelizmente não encontrei vídeo ou texto sobre o evento :( Se você participou ou leu o livro, deixe suas opiniões nos comentários, 

Até a próxima! 
   

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Desafio do Mês do Horror - Por Tiago Valente

Já faz quase um ano que acompanho o canal da Tatiana Feltrin, o Tiny Little Things, no YouTube. Os vídeos são deliciosos de assistir e a diversidade de estilos e tipos literários alcançam um grande número de pessoas. No ano passado, e novamente neste, rolou o Mês do Horror! No mês de Outubro, celebrando o Halloween, todos os vídeos do canal são temáticos. Misturando contos, livros, filmes e séries, os vídeos apresentam clássicos e novidades do gênero, conforme abaixo.



Foi aí que surgiu a ideia de montar o Desafio do Mês do Horror que consiste em ler os contos indicados pela Tatiana nos vídeos, e acrescentar indicações próprias, escrevendo aqui no blog um diário de leituras. Seguindo a ordem de postagem dos vídeos, o desafio se inicia com A Máscara da Morte Rubra, de Edgar Alan Poe (vídeo da Tati). Quem se interessar pode indicar livros, filmes ou contos de terror pelos comentários ou fazer o desafio em seu blog!

Até mais!   :D

RAPHAEL - AMOR DE MORTE ENTRE DUAS VIDAS - VIDIGAL


Talvez não seja mesmo necessário ser mineiro para ser poeta... mas nascer em Minas ajuda. Coisas de montanhas? Sei lá.
Eis ai uma sugestão de poesia...
Para comprar procure o Raphael no facebook: https://www.facebook.com/raphael.vidigal.9?fref=ts
Release: Raphael Vidigal lança o primeiro livro, “Amor de morte entre duas vidas”, com 75 poesias.


Ficha técnica

Autor: Raphael Vidigal;

Editora: Asa de Papel;

Prefácio: Marcio Serelle.

Páginas: 92 (noventa e duas);

Poemas: 75 (setenta e cinco).

Arte: Marcelo Iglesias;

Gráfica: Paulinelli;

Capa: Tela de Egon Schiele.

Tiragem: 300 (trezentos) exemplares;

Material do papel: Polens Soft 90 gramas.

Preço: R$30,00


Projeto

“Amor de Morte Entre Duas Vidas” é o nome do primeiro livro de poesias lançado pelo jornalista e letrista Raphael Vidigal. O livro é composto de 75 poesias divididas entre os temas que, juntos, formam o título. Ou seja, são poesias de amor, de morte e entre duas vidas, explorando o lirismo, a tragédia e o senso de humor da vida e do ser humano. Editado pela “Asa de Papel”, uma das mais reconhecidas do ramo no mercado de Belo Horizonte, de propriedade do editor e dono da livraria de mesmo nome Álvaro Gentil, o lançamento tem prefácio escrito por Marcio Serelle. A iniciativa foi bem sucedida também graças a um processo de financiamento coletivo através do site Catarse, que contou com 82 colaboradores oficiais.


Sinopse

Um livro de poesias sempre fala “de outras coisas”, como diz Mario Quintana. É desta fonte entre a irreverência e a delicadeza, entre o rigor da estética e a liberdade da forma, o apreço pelo profundo e a sordidez da superfície que o autor bebe para transformar o dia a dia comum, banal, na matéria de que é feita a poesia. Com influências narrativas de autores como Clarice Lispector, Paulo Leminski, Manoel de Barros, Ezra Pound e outros, além da própria vivência autobiográfica, o livro constrói um retrato muitas vezes distorcido, colorido, negrume, que tenta manter a luz acesa de uma vela chamada vida.


Biografia

Raphael Vidigal nasceu em Belo Horizonte no dia 14 de junho de 1988. Formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela PUC Minas em 2011, colabora com o Jornal Hoje em Dia desde 2010, onde foi contratado em 2013 e trabalhou no caderno de Cultura como repórter, além de escrever críticas de teatro e artes plásticas. Produz e escreve os textos do programa “A Hora do Coroa”, transmitido aos domingos de manhã na rádio Itatiaia, desde 2009. Colocou letra em 15 chorinhos do cavaquinhista mineiro Waldir Silva, a serem editados em CD num álbum gravado com a participação de diversos artistas da cena local. Escreveu roteiros de peças teatrais e documentários. Publicou contos na revista “Contos do Absurdo”, de São Paulo. É autor do site Esquina Musical.

Prefácio


Quando da estreia de um poeta, a via mais usual de apresentá-lo é por meio do cotejo, dizendo a quem ele soa, mas não, necessariamente, como e o que ele soa – manifesta, expressa, exalta. Tentemos, diferentemente, pelo menos de início, o caminho pelas próprias faces deste livro de Raphael Vidigal, entre elas: a proposta da rapidez, na simbiose entre o artifício vagaroso e o texto velocíssimo, ou, como dito bem melhor por um outro autor, coisas de balística; o movimento nem sempre fácil, pois também no espaço (gráfico), de ancoragem entre as palavras e os sentidos, o que demanda engenho também por parte do leitor; um certo tom trágico, porém performático – logo, autoconsciente –, de equilibrista entre o biográfico, o sensível e o burlesco de um Lennie Dale, citado em “Iluminação ou Prefácio”. Afinal, cautela, pois como coloca ironicamente outro poema deste livro: “esse sentimento grego,/é a vontade de tomar um iogurte”. 

  Ironia à parte – ou por causa dela mesma –, o que emerge de físico nesse conjunto de poemas é a agudeza da palavra, que é fina e penetrante como lâmina. No deslocamento proverbial, à Leminski (não resisti à comparação), o poeta adverte acerca da eternidade da palavra em face da efemeridade do gesto: “Quem com ferro fere com verbo será ferido”. Assim, o vício pela palavra poética é, no poema-homenagem a Jack Kerouac, semelhante àquele por um narcótico de fúria, e não apaziguante. E, talvez, por isso, o poeta prefira, por vezes, o oximoro do “silêncio alto” à fala. Daí, também, a deferência, na obra, à poesia corporal, sem palavra (a mímica, a dança), cultivada pelo já referido Dale, mas também por Charles Chaplin, cujo cinema mudo é reiteradamente evocado nos poemas.  

Nos três segmentos do livro que compõem o título, o primeiro deles versa sobre um amor tão inviável quanto necessário, em que a imagem que permanece é a do sujeito irremediavelmente partido, inacabado. “Pois nessa vida insuficiente completar o vão do outro é mera tentativa brusca-tola”, resigna-se em “Caminhos”, quando o amor já não adianta nem basta. Na unidade “Morte”, colocam-se em relevo a perda, o envelhecimento e noção de que tudo caminha para inexistência, disfarçado, quase sempre, pelo verniz da alegria e da descontração. No entanto, “nada restará do riso lágrima sol do amor que arde abraço/ No máximo uma poesia ou uma foto digital”, enuncia o eu poético em “Ana Cristina César”. “Entre duas vidas”, que encerra o livro, é a parte predominantemente autorreflexiva da obra, embora, como já ficou claro até aqui, esse discurso poético é também tributo a descoberto, em que é chamada uma série de autores (Pound, na epígrafe, mas também Pablo Neruda, Truman Capote, Oscar Wilde, Fernando Pessoa e Caio Fernando Abreu nos próprios poemas). Em “Claríssima”, a maçã ofertada no escuro, no verso final, é a chave para a escritora de A hora da estrela. A poesia de Vidigal brota, assim, entre duas vidas: daquela mais imediata, que o poeta (não sabe bem se) experimentou, e de uma outra, assumidamente forjada principalmente nas leituras.


Marcio Serelle

Agosto de 2014           

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

DALTON TREVISAN



Não sei mesmo se não é uma ofensa chamar o vídeo de uma pequena homenagem minha ao grande escritor Dalton Trevisan; mas foi feito com esse intuito.
Os textos desse curitibano são assim, curtos, diretos, recheado de informações nas suas poucas palavras, nos seus silêncios.
Conheça, leia, descubra Dalton Trevisan.
http://youtu.be/0naFuCkG-8c

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

QUANDO O LUXEMBURGO FOI MAIS SENSATO QUE O JUCA KFOURI - Dourovale

Algumas pessoas eu admiro muito pela forma como argumentam e articulam suas opiniões. Um deles sempre foi o Juca Kfouri. Pessoa sensa ta e inteligente ao extremo. Ao contrário, sempre tive um pé atrás com as falas do “pôfessô” Luxemburgo.
Então de repente explode na mídia um crime (na opinião dela, a mídia) sem igual na história do  mais popular dos esportes praticados no Brasil... Pois é, a torcedora do Grêmio ofendeu o goleiro do Santos de forma racista...
Preconceito, pré conceitos...
O Juca pediu a prisão para a moça, afinal câmeras a flagraram dentro de um estádio de futebol ofendendo um jogador adversário, usando, para isso, recursos racistas.  http://blogdojuca.uol.com.br/2014/08/prendam-esta-mulher/
Preconceito, pré conceitos... 
Já Vanderlei Luxemburgo entendeu que a moça xingou, mas não é a desumana que pintam; que ela fez a ofensa apenas porque estava em um estádio de futebol e torcia para o seu time um pouco exaltada demais.
Claro, comparar uma pessoa com um macaco apenas pelo fato dele ser negro é preconceito. Também é preconceito ofender a mãe do juiz quando ele erra. Chamar alguém de “filho da puta” é dizer que sua mãe é uma pessoa indigna de confiança e de moral baixa. Perai, há mais que apenas um preconceito nisso. Vamos enumerar:
1 – Preconceito contra as mulheres;
2 – Preconceito contra as prostitutas;
3 – Preconceito contra as mães dos que fazem alguma coisa errada;
4 – Preconceito contra o juiz e seus irmãos;
5 – Preconceitos contra o pai do juiz ...
Há também os que ofendam (dentro dos estádios) com palavras como “corno” e “viado”.
Quais os preconceitos aqui?
Quando chamamos alguém, de forma ofensiva, de corno não apenas o estamos ofendendo como também à sua esposa/companheira. Mais preconceito contra as mulheres, contra os ingênuos que são traídos e não sabem.
Se chamamos, alguém de forma ofensiva, de “viado” cometemos o preconceito sexual, ser gay não é crime, é uma das formas de expressão da sexualidade. Além disso, esse xingamento quer dizer que os “viados” são desprovidos de inteligência, tem má fé e erram.
Qual preconceito é pior?
Preconceito, pré-conceitos...
Vamos agora colocar todas as câmeras de televisão observando o público e não o jogo. Cada um que disser “filho-da-puta” será banido por dois anos de qualquer evento esportivo.
Quantas vezes eu já não fui a um jogo do Corinthians apenas para gritar, xingar e extravasar?
Neste nosso tempo de Big Brother temos que ser civilizados demais, politicamente corretos ao extremo. Temos que ser facebook fulltime .
E pensar que a grandeza do futebol brasileiro se deve ao fato dele ter deixado a elite e cair nas mãos... e braços... e pernas (tortas, negras, amarelas, vermelhas, cinzas e pálidas)... e pés do povo popular (é isso mesmo que eu escrevi – povo popular, que é diferente do povo elite).
Quase já não existem mais campinhos de rua, bolas de pano e pés descalços. Seu filho quer aprender a jogar futebol? Pague uma escolinha. Quer ser um atleta de final de semana? Não se esqueça do calçado obrigatório e certo, além, é claro, da sua parte financeira para o aluguel do campo.
Mas calma, cidadão civilizado! Logo chegará o tempo em que iremos aos estádios, sentaremos em nosso lugares marcados e assistiremos ao jogo sentados, pois se ficarmos de pé estaremos atrapalhando a pessoa que está sentada nas nossas costas. Gritaremos, é claro! Mas exclusivamente para comemorar gol (se ele ainda houver) e utilizando apenas palavras permitidas e durante o tempo permitido por alguma autorização luminosa. Seremos europeiamente felizes!
Depois perguntam o porquê de tomarmos de 7 da Alemanha. Não é que eles estejam melhores, nós é que perdemos nossa popularidade. Como diria o Paulinho da Viola... mas não me altere o samba tanto assim...  https://www.youtube.com/watch?v=T1gB9Dwn7Ek
Sobre isso fiz uma paródia de um poema do Oswald de Andrade  http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/04/28/erro-de-portugues-oswald-de-andrade-285981.asp 

ERRO DE BRASILEIRO

Quando os alemães chegaram
Debaixo de uma puta cultura
Levaram a copa
Que pena!
Fossemos menos civilizados
Os brasileiros ganhariam
O mundo


(leia os poemas de Oswald de Andrade, há muito o que aprender com eles) 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Resenha - Quem É Você Alasca (John Green) - Por Tiago Valente

         
         Miles Halter, ou Gordo, tem sua vida transformada depois de ser transferido para o internato Culver Creek, no Alabama, e transformada novamente após cento e trinta e seis dias quando... Ok... Vamos deixar os spoilers pro final! O romance de estreia de John Green (dispensa apresentações) traz a mesma fórmula apresentada nos outros títulos publicados pelo autor e é fácil explicar o motivo de tanto sucesso.         
           

          No decorrer da história conhecemos Coronel, Takumi, Lara e a tal Alasca que juntos conseguem representar e trazer para as páginas todos os conflitos e dilemas dos adolescentes contemporâneos, enquanto o protagonista busca o seu “Grande Talvez”, umas das últimas palavras citadas no livro (uma fissura tanto de Miles quanto de John, responsáveis por diversos debates filosóficos entre os personagens) ditas pelo escritor François Rabelais.

            A personagem título, Alasca Young, é sem dúvida uma personagem diferente de todos os livros de Young Adult que eu já li, é o que faz o livro ser tão especial e o torna uma das melhores leituras do ano! O que mais me agradou foi que a história não é cheia de lições de morais (muito pelo contrário...) e os personagens são muito próximos da nossa realidade, característica não só de Quem É Você Alasca, mas também de todos os outros livros do autor, nos fazendo criar um laço com cada um e deixar aquela saudade quando a história termina.          


            O livro não é dividido em capítulos, mas sim em duas partes, Antes e Depois, e essas são separadas por dias (cento e trinta e seis dias antes até cento e trinta e seis dias depois) criando uma certa ansiedade por parte do leitor para esse acontecimento, algo não esperado que muda totalmente o rumo da história (veja abaixo).


            Como trecho favorito, não foi fácil, mas escolhi o momento do jogo “Melhor Dia/Pior Dia” durante o trote que Alasca e seus amigos organizam, em que Miles diz: “O melhor dia da minha vida foi hoje. E a história é que eu acordei ao lado de uma menina húngara bonita. Estava frio, mas não muito frio. Eu tomei uma xícara morna de café instantâneo e comi sucrilhos sem leite, depois andei pela mata com a Alasca e o Takumi. Jogamos pedrinhas no lago, o que pode parecer tolice, mas não é. Sei lá. Sabe quando o sol fica desse jeito, com as sombras alongadas e esse tipo de luz clara e suave que antecede o pôr do sol? É a luz que deixa tudo melhor e mais bonito. E hoje tudo pareceu estar iluminado por essa luz. Bem, eu não fiz nada. Mas só de ficar aqui sentado, mesmo que seja para ver o Coronel talhando um galho ou sei la o que. Quê seja. Foi um dia maravilhoso. Hoje. O melhor dia da minha vida.” .       


            Pra quem se interessou pelo livro e gosta de ser surpreendido o texto termina aqui, mas antes vale a pena falar da edição.  O material da capa é diferente da maioria e muito confortável. A WMFMartinsFontes já disponibilizava três capas diferentes (a que mais gostei e comprei foi a preta, que está no topo do post) e fez uma promoção em seu site para escolher três novas. Eu gostei muito das vencedoras e nem preciso dizer que Quem É Você Alasca já está na minha lista da Bienal

Quem é vc Alasca novas capas
--------------------------------------------SPOILERS A SEGUIR ---------------------------------------------        


      


          É quase impossível fazer uma resenha desse livro sem comentar a morte da Alasca. Eu já sabia que aconteceria antes de ler o livro, mas não deixou de ser surpreendente. Os momentos após a morte e o momento em que Gordo e Coronel descobrem o ocorrido nos trazem uma grande carga de emoção e são o ápice da história, tenho certeza que todos que já leram compartilharam a saudade da garota tão marcante, que preenchia todas as cenas em que aparecia.

            É inevitável que o livro tenha dado uma desacelerada após isso, e a investigação da causa da morte de Alasca me lembrou várias vezes as buscas de Quentin pelas pistas de Margot em Cidades de Papel, do mesmo autor, embora eu tenha achado que essa explicação para a morte podia ser um pouco mais criativa, isso não desmerece o livro como um todo. 

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Eumesmocídio - Por Dourovale



Na madrugada de ontem (11 de agosto), na Avenida Liberdade, próximo à Estação São Joaquim, aconteceu um aborto espontâneo. O feto, de 4 meses, ficou jazendo no asfalto, esperando a perícia e protegido por dois policiais até umas 10 horas. Somente depois das 7 é que aquele ser humano em formação foi coberto por uma caixinha de papelão. Ficou muito tempo exposto aos olhos de quem ia trabalhar.
Eu não fui ver. Se apenas a ideia do fato já me tirou as energias e deixou o dia mais difícil...
Não foi uma notícia destaque de nenhuma forma de jornal porque foi uma ação natural. Apenas os crimes instigam nossas mentes e dão audiência.
Na noite de ontem, também, vi a notícia da morte de Robin Williams,
provavelmente vítima de eumesmocídio. Dizem que estava deprimido ultimamente...
Seria o aborto espontânea também uma forma de eumesmocídio? Teria o ser humano essa capacidade de decidir se continua ou não a brincadeira de viver enquanto ainda é feto? Ainda na barriga da mãe seríamos capazes de ficar deprimidos?
Nem todos que se matam o fazem por depressão. Alguns cometem o ato por opção, de forma consciente e racional. É, ao menos me parece isso,o que aconteceu com o Walmor Chagas, que ao perceber que já vivera o que lhe fora possível e que, provavelmente, daquele ponto em diante só viveria as impotências de ser, decidiu “que é melhor partir lembrando,que ver tudo piorar” (trecho da música  Borandá do Edu Lobo).
Lá pelos meu 16 ou 17 anos briguei com o Oswald de Andrade por causa de uma morte. Eu sei que ele morreu 11 anos antes de eu nascer... Há um livro chamado “Alma”, é o primeiro de uma trilogia intitulada “Os Condenados”.
Alma era o nome da personagem central. Uma vadia, quero dizer, um espírito livre que vivia fora dos padrões da sociedade. Acontece que um português, inocente, se apaixonou pela garota e, quando ele lhe era interessante, Alma vivia com João (acho que era esse o nome do portuga). Porém, devido à sua liberdade espiritual, ela sempre o traia, passava uns perrengues e, na necessidade, voltava ao lusitano que a perdoava e a aceitava.
Quando pela primeira vez ela não o traia, João, passando pelo Parque da Luz, avistou Alma com outro homem. Era um primo da va..., digo, da moça que voltava da Europa. O português vendo a cena dela com outro não foi tirar explicações, decidiu agir. Foi até a Ponte das Bandeiras e se atirou no Tietê. Cometeu um eumesmocídio.
Eu fiquei tão puto da vida com o Oswald de Andrade, pelo destino que ele deu ao personagem, que parei de ler o livro e fiquei meio birrado com o autor.
Talvez você encontre Os Condenados em algum sebo. Há uma edição muito boa, com capa dura, do também falecido Círculo do Livro.
Acredito que João tenha perdido as forças, a esperança, a fé, o amor, que estava se sentindo “mais só do que eu merecia” ( Sempre Não é Todo Dia, Oswaldo Montenegro) e, infelizmente para ele, assim como para o Robin Willians, assim como para o feto, não houve uma salvavidas que lhe pudesse ajudar.

Sorte daqueles que tem alguém para lhes salvar da vida!


Dourovale
          (metroviário e escritor, autor do 
Artesão da Literatura - Os Primeiros a Contar)