segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Menina Má - Willian March

Uma das piores atitudes que podemos ter ao iniciar uma leitura é, sem dúvidas, criar expectativa em cima de uma história sobre a qual não conhecemos nada, mas é inevitável quando somos atraídos por uma boa campanha de divulgação e uma edição caprichada. Quanto maior a expectativa, maior pode ser a decepção, e foi justamente o que aconteceu quando li Menina Má, de Willian March.



Rhoda Penmark, a pequena malvada do título, é uma linda garotinha de 8 anos de idade. Mas quem vê a carinha de anjo, não suspeita do que ela é capaz. Seria ela a responsável pela morte de um coleguinha da escola? A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine, comece a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, Christine consegue desvendar segredos terríveis sobre sua filha, e sobre o seu próprio passado também.

Embora a obra seja classificada como um clássico do horror, a história de Rhoda se caracteriza pelo suspense que permeia a vida da familia Penmark e dos personagens que se envolvem a ela. Mas isso é tudo! A narração segue de forma linear, enquanto Christine tenta descobrir se a filha é, de fato, culpada pela morte do vencedor do concurso de soletração e, consequentemente, dono da medalha tão desejada por Rhoda,


Ao contrário do que indica a capa e o título do livro, o autor traz o ponto de vista da menina poucas vezes, fixando-se na perspectiva da mãe, e em seu psicológico. Sendo assim, pouco acompanhamos dos atos realmente assustadores que ocorrem na história, já que só os conhecemos depois de acontecerem, quando Christine fica sabendo.

Mas acredito que o principal objetivo do autor foi trazer ao seu leitor a real influência dos filhos na vida dos pais, e o contrário também. Além disso, mostrar o quanto trazemos em nossa personalidade e em nossas atitudes, características de nossos familiares, mesmo sem percebermos.


Se o quê você busca um thriller, daqueles de não conseguir dormir por uma semana, Menina Má não é a melhor opção. Sem grandes cenas amedrontadoras ou sangue escorrendo por todos os lados, o livro te prende por te fazer torcer pela felicidade da família Penmark, e a edição da Darkside ainda traz um histórico da obra, relacionando a vida do autor antes e após a publicação, além de detalhes sobre a influencia da obra em clássicos da literatura e do cinema do horror.

Após ser adaptado para a Broadway, a história de Rhoda chegou aos cinemas com Patty McComark no papel da protagonista, recebendo 4 indicações para o Oscar, e sua fórmula e influência permanecerão, sem dúvida, presentes em diversas obras do gênero por muitos anos.





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